Atropelada, abandonada e finalmente adotada: esta é a história de Ariel, atualmente Kiara…uma história de esperança!

Aconteceu a 2 de novembro do corrente ano. Uma patuda jovem, de porte pequeno, foi atropelada junto a uma escola de primeiro ciclo na freguesia de S.Mateus. Talvez devido ao choque do impacto, desapareceu da vista de quem assistiu ao seu atropelamento. Foi encontrada num terreno próximo, deitada no emaranhado de vegetação seca, em sofrimento.

Graças à intervenção de um docente dessa escola, que contatou a Pico Dogs, a cadelinha foi resgatada e encaminhada para a Clinica Veterinária Quatro Patas, tendo sido observada e constatando-se que não sofreu nenhuma lesão física.

Apesar das tentativas para encontrar o seu tutor, este não a quis reconhecer como sua, tendo sido porventura abandonada no mesmo instante. A aguardar que alguém a resgatasse, Ariel, nome carinhosamente escolhido na Quatro Patas, permaneceu quase um mês no “hotel” canino, com todas as despesas assumidas pela Associação Pico Dogs. Sem a perspetiva de uma família adotiva e na incerteza do seu futuro, a Associação lançou constantes apelos de ajuda, quer na tentativa de adoção temporária, quer de adoção definitiva.

Quando parecia que a esperança esmorecia, e o desânimo se instalava, eis que a vida da Ariel mudou drasticamente… para melhor!

Quando a Geisy soube da sua existência, apaixonou-se pela sua doçura e quis de imediato fazê-la sua companhia para a vida. Tudo se fez e tudo se preparou com celeridade para que a Ariel fosse introduzida no seu novo lar. Com um recomeço tranquilo, foi batizada de Kiara, recebendo aquele amor merecido que procurou durante a sua vida canina, e retribuindo com a mais pura forma de amor que uma quatro patas pode oferecer.

Para Kiara, cuja história teve um começo inicialmente atribulado, não poderia ter recebido maior gesto de amor que este, a aceitação de fazer finalmente parte de uma família que realmente a deseja de coração.

Esta história remete-nos para uma preocupação constante com o facto de, tal como Kiara, muitos patudos encontram-se na situação iminente de serem atropelados quando fogem de casa ou quando são abandonados à sua sorte. Quem ousa prestar-lhes auxílio numa posição de perigo, demonstra ter uma grande sensibilidade e um sentido de dever cívico, aumentando as probabilidades de sobrevivência e de futura inclusão num lar que ofereça o amor e a segurança essenciais ao bem-estar de qualquer patudo que passe por um trauma assustador.

Finalmente, a chama da esperança deve manter-se sempre iluminada, visto que, mesmo no meio de um acontecimento triste, com percalços e sem solução imediata, há sempre a possibilidade de avistar na linha ténue do horizonte um final feliz!